Após denúncia de alunas, professora de Medicina é afastada da UFGD por tempo indeterminado
| DOURADOSNEWS / CRISTINA NUNES


A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) anunciou, nesta quinta-feira (12), o afastamento, por tempo indeterminado, da professora acusada de negligência diante de um episódio de importunação sexual contra quatro alunas do curso de Medicina.
A decisão foi formalizada por meio da Portaria nº 370, publicada no Boletim Oficial da instituição, e integra um conjunto de medidas istrativas adotadas após a denúncia registrada pelas estudantes na noite de segunda-feira (9).
Conforme já divulgado pelo Dourados News, as vítimas — jovens entre 19 e 25 anos — relataram que foram até a casa da docente, no bairro Portal de Dourados, para realizar uma avaliação, quando foram surpreendidas por um jovem de aproximadamente 25 anos que teria se aproximado pelas costas, abraçado e beijado cada uma delas, chegando a tocar a boca de uma das alunas.
O suspeito, é filho da professora, e conforme relatado por ela possui Transtorno do Espectro Autista (TEA). No entanto, segundo o relato das alunas, ela não teria agido para impedir a abordagem. Relembre aqui o caso
Em nota oficial, a Reitoria da UFGD destacou que tomou conhecimento do caso no dia 10 de junho e que o afastamento tem caráter preventivo e acautelatório, sem natureza punitiva neste momento. A medida visa proteger os envolvidos durante a apuração dos fatos.
A Corregedoria da universidade, responsável pela condução das providências internas, também atua junto à Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio (EA), prestando apoio psicossocial às vítimas, promovendo escuta qualificada e buscando minimizar danos acadêmicos.
Além disso, a UFGD esclareceu que a aplicação de avaliações na residência de professores não faz parte dos procedimentos regimentais da instituição e que qualquer atividade docente fora dos espaços institucionais será investigada e, se confirmada a irregularidade, poderá resultar em punições conforme previsto pelas normas internas.
Processo istrativo Disciplinar
Um Processo istrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado para apurar as condutas da servidora, garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório. O procedimento é conduzido por uma comissão interna que analisará os fatos, ouvirá depoimentos e apresentará um parecer com as conclusões à Reitoria, que decidirá sobre eventuais penalidades.
A universidade também reforçou os canais de denúncia, como a plataforma Fala.br e a Ouvidoria da Mulher e da Diversidade, criada em novembro de 2023, que oferece atendimento especializado e sigiloso às vítimas.
Investigação policial
O caso segue em investigação pela Polícia Civil, sob a tipificação de importunação sexual. Até o momento, não foram divulgadas informações sobre eventuais medidas criminais contra o autor das abordagens.
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